REVOLUÇÃO NA
CRISTANDADE
Durante a idade Média, a vida espiritual na Europa ocidental
foi dominada pela Igreja Católica. Não se admitiam divergência contra esse
monopólio da crença. Os rebeldes, considerados hereges, ou se calavam ou eram
simplesmente eliminados. Muitos foram queimados vivos nas fogueiras que o
Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, acendeu por todo o continente.
Nessa época, o poder dos reis era praticamente o mesmo que o
dos senhores feudais e o Estado moderno ainda estava por ser criado. Na falta
de um poder político centralizador, vigorava o conceito de Cristandade, que
designava o conjunto de países católicos em oposição ao mundo muçulmano e às
regiões orientais não cristianizadas.
No Ocidente, ser cristão significava ser católico, obedecer
às regras e aos princípios da Igreja de Roma.
A CRÍTICA À IGREJA
Num período de tantas transformações, como as que se
verificaram na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, era previsível que
também ocorressem mudanças nas esferas ideológicas e espiritual.
No decorrer do século XV, alguns humanistas apontavam
deturpações cometidas pela Igreja e criticavam a corrupção reinante em sua alta
hierarquia.
Os abusos cometidos pelo clero disseminavam-se por todas as
categorias eclesiásticas. Assim, desde a venda de relíquias sagradas (como
pretensos pedaços da cruz em que Cristo foi crucificado), efetuada pelo baixo
clero, até a intervenção política em problemas internos dos reinos pelos papas,
tudo contribuía para justificar as críticas dos intelectuais humanistas.
De acordo com um desses intelectuais, Erasmo de Roterdã, era
preciso que a Igreja assumisse uma posição mais humilde e desvinculada da vida
material, conforme propunham os ensinamentos dos Evangelhos.
Nesse contexto surgiu Martinho Lutero, que propunha mudanças
na Igreja de Roma. Suas propostas provocariam um intenso movimento de
transformação religiosa em toda a Europa ocidental, que ficou conhecido como
Reforma Protestante.
Embora os motivos religiosos tenham sido os mais evidentes,
houve também outras motivações para a Reforma de Lutero. Uma delas
relacionava-se às mudanças econômicas que vinham ocorrendo desde o fim da Idade
Média, preparando o terreno para o capitalismo.
Ora, o grande objetivo do sistema capitalista, a busca do
lucro, era condenado pela Igreja. Martinho Lutero, ao contrário, tinha uma
visão mais tolerante em relação a isso. Outros reformadores, como Calvino,
iriam mais longe, defendendo abertamente o direito ao lucro. Seria natural,
então, que comerciantes e homens de negócio os apoiassem.
EXERCÍCIOS
1- Como
era o poder dos reis nesse período?
2- O
que era ser cristão nesse período?
3- Cite
os abusos cometidos pelo clero?
4- Cite
as idéias de Erasmo de Roterdã para com a igreja?
5- Qual
era o grande objetivo do capitalismo?
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