segunda-feira, 23 de março de 2020

2º colegial - História - Revolução na Cristandade


REVOLUÇÃO NA CRISTANDADE

Durante a idade Média, a vida espiritual na Europa ocidental foi dominada pela Igreja Católica. Não se admitiam divergência contra esse monopólio da crença. Os rebeldes, considerados hereges, ou se calavam ou eram simplesmente eliminados. Muitos foram queimados vivos nas fogueiras que o Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, acendeu por todo o continente.
Nessa época, o poder dos reis era praticamente o mesmo que o dos senhores feudais e o Estado moderno ainda estava por ser criado. Na falta de um poder político centralizador, vigorava o conceito de Cristandade, que designava o conjunto de países católicos em oposição ao mundo muçulmano e às regiões orientais não cristianizadas.
No Ocidente, ser cristão significava ser católico, obedecer às regras e aos princípios da Igreja de Roma.

A CRÍTICA À IGREJA

Num período de tantas transformações, como as que se verificaram na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, era previsível que também ocorressem mudanças nas esferas ideológicas e espiritual.
No decorrer do século XV, alguns humanistas apontavam deturpações cometidas pela Igreja e criticavam a corrupção reinante em sua alta hierarquia.
Os abusos cometidos pelo clero disseminavam-se por todas as categorias eclesiásticas. Assim, desde a venda de relíquias sagradas (como pretensos pedaços da cruz em que Cristo foi crucificado), efetuada pelo baixo clero, até a intervenção política em problemas internos dos reinos pelos papas, tudo contribuía para justificar as críticas dos intelectuais humanistas.
De acordo com um desses intelectuais, Erasmo de Roterdã, era preciso que a Igreja assumisse uma posição mais humilde e desvinculada da vida material, conforme propunham os ensinamentos dos Evangelhos.
Nesse contexto surgiu Martinho Lutero, que propunha mudanças na Igreja de Roma. Suas propostas provocariam um intenso movimento de transformação religiosa em toda a Europa ocidental, que ficou conhecido como Reforma Protestante.
Embora os motivos religiosos tenham sido os mais evidentes, houve também outras motivações para a Reforma de Lutero. Uma delas relacionava-se às mudanças econômicas que vinham ocorrendo desde o fim da Idade Média, preparando o terreno para o capitalismo.
Ora, o grande objetivo do sistema capitalista, a busca do lucro, era condenado pela Igreja. Martinho Lutero, ao contrário, tinha uma visão mais tolerante em relação a isso. Outros reformadores, como Calvino, iriam mais longe, defendendo abertamente o direito ao lucro. Seria natural, então, que comerciantes e homens de negócio os apoiassem.

EXERCÍCIOS


1-      Como era o poder dos reis nesse período?
2-      O que era ser cristão nesse período?
3-      Cite os abusos cometidos pelo clero?
4-      Cite as idéias de Erasmo de Roterdã para com a igreja?
5-      Qual era o grande objetivo do capitalismo?

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