LUTERO E A REFORMA
PROTESTANTE
De origem germânica, Martinho Lutero (1483-1546) era monge e
teólogo. Em 1517, estava ensinando na universidade de Wittenberg, no Sacro
Império, quando apareceu por ali um religioso vendendo indulgência, isto é, a
absolvição dos pecados. Naquele tempo, as autoridades da Igreja difundiam a
idéia de que a compra de indulgências era condição para garantir a salvação dos
fiéis.
Contrário a essa prática, Lutero afixou na porta da igreja
da cidade um texto conhecido como 95 teses, no qual discordava em pontos
importantes da prática católica. Seguiu-se enorme polêmica que culminou com a
excomunhão do monge pelo papa.
A situação se parecia com a de João Huss, ocorrida um século
antes.
Muito tempo antes de Lutero, alguns reformadores já haviam
tentado renovar a doutrina e as práticas da Igreja. Foi o caso, entre outros,
de João Huss, que se converteu em líder de uma revolta ocorrida no início do
século XV, na Boêmia (hoje, República Tcheca).
A região fazia parte do Sacro Império, no qual a maior parte
dos altos cargos da Igreja era ocupada por religiosos germânicos. Professor da
Universidade de Praga, João Huss pregava a reforma da Igreja, negava o dogma da
infalibilidade do papa e lutava contra o predomínio dos prelados germânicos.
João Huss foi preso e intimado a negar seus pontos de vista
durante o Concílio de Constança. Como se recusasse, foi queimado na fogueira em
6 de julho de 1415. sua morte radicalizou o descontentamento religioso, que se
transformou numa revolta popular e se espalhou por toda a região.
Contudo, Lutero recebeu o apoio de um número muito grande de
nobres e integrantes da burguesia. Graças a esse apoio, ele pôde enfrentar a
reação da Igreja.
Com suas propostas reformistas divulgadas por todo o Sacro
Império, Lutero conquistava a adesão de parcela cada vez maior da população.
Muitos dos príncipes germânicos, convertidos às novas doutrinas, passaram a
empreender o confisco de terras da Igreja. Após alguns anos, as idéias de
Lutero levaram os nobres a reivindicar a autonomia religiosa dos principados
germânicos em relação a Roma.
Diante dos conflitos que se disseminavam pelo Império,
Carlos V, imperador católico, convocou uma assembléia declarou que a nova
doutrina poderia se seguida apenas em alguns principados, mantendo-se a
hegemonia da Igreja Católica na maior parte do território. Revoltados, nobres e
burgueses protestaram violentamente contra essa decisão. A partir desse
acontecimento, os seguidores da reforma Luterana passaram a ser chamados de
Protestantes.
O conflito se prolongou até 1555, quando foi celebrada a Paz
de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito de escolher a religião de
seu principado.
Ainda em 1530, auxiliado pelo humanista Filipe Melanchthon,
Lutero redigiu a Confissão de Augsburgo, que constituiu a doutrina da Igreja
Luterana. Entre seus princípios estavam:
-
a teoria do sacerdócio universal, segundo a qual
qualquer pessoa pode interpretar os textos sagrados e ser “sacerdote de si
mesma”, sem necessidade de um representante para intermediar sua relação com
Deus;
-
a tese da salvação pela fé, que rejeita a crença
católica da salvação pelas obras, especialmente as “falsas boas obras”, pagas
com dinheiro;
-
a abolição do celibato dos sacerdotes;
-
a eliminação dos sacramentos, isto é, das cerimônias de
bênção aos fiéis, com exceção do batismo e da eucaristia;
-
a substituição do latim pela língua germânica nas
cerimônias religiosas;
-
a rejeição da hierarquia do clero católico (padre,
bispo, arcebispo, cardeal e papa).
Ao desenvolver seus próprios preceitos e criar uma nova
prática, Lutero dividiu a cristandade, quebrando o monopólio da Igreja
Católica.
1- Fale
sobre a venda das indulgência.
2- Quem
foi João Huss?
3- Qual
a diferença entre Huss e Lutero?
4- Escolha
um dos preceitos de Lutero e disserte sobre ele.
5- Quais
foram as conseqüências dos preceitos de Lutero?
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