segunda-feira, 23 de março de 2020

2º colegial - História - Lutero e a Reforma Protestante


LUTERO E A REFORMA PROTESTANTE

De origem germânica, Martinho Lutero (1483-1546) era monge e teólogo. Em 1517, estava ensinando na universidade de Wittenberg, no Sacro Império, quando apareceu por ali um religioso vendendo indulgência, isto é, a absolvição dos pecados. Naquele tempo, as autoridades da Igreja difundiam a idéia de que a compra de indulgências era condição para garantir a salvação dos fiéis.
Contrário a essa prática, Lutero afixou na porta da igreja da cidade um texto conhecido como 95 teses, no qual discordava em pontos importantes da prática católica. Seguiu-se enorme polêmica que culminou com a excomunhão do monge pelo papa.
A situação se parecia com a de João Huss, ocorrida um século antes.
Muito tempo antes de Lutero, alguns reformadores já haviam tentado renovar a doutrina e as práticas da Igreja. Foi o caso, entre outros, de João Huss, que se converteu em líder de uma revolta ocorrida no início do século XV, na Boêmia (hoje, República Tcheca).
A região fazia parte do Sacro Império, no qual a maior parte dos altos cargos da Igreja era ocupada por religiosos germânicos. Professor da Universidade de Praga, João Huss pregava a reforma da Igreja, negava o dogma da infalibilidade do papa e lutava contra o predomínio dos prelados germânicos.
João Huss foi preso e intimado a negar seus pontos de vista durante o Concílio de Constança. Como se recusasse, foi queimado na fogueira em 6 de julho de 1415. sua morte radicalizou o descontentamento religioso, que se transformou numa revolta popular e se espalhou por toda a região.
Contudo, Lutero recebeu o apoio de um número muito grande de nobres e integrantes da burguesia. Graças a esse apoio, ele pôde enfrentar a reação da Igreja.
Com suas propostas reformistas divulgadas por todo o Sacro Império, Lutero conquistava a adesão de parcela cada vez maior da população. Muitos dos príncipes germânicos, convertidos às novas doutrinas, passaram a empreender o confisco de terras da Igreja. Após alguns anos, as idéias de Lutero levaram os nobres a reivindicar a autonomia religiosa dos principados germânicos em relação a Roma.
Diante dos conflitos que se disseminavam pelo Império, Carlos V, imperador católico, convocou uma assembléia declarou que a nova doutrina poderia se seguida apenas em alguns principados, mantendo-se a hegemonia da Igreja Católica na maior parte do território. Revoltados, nobres e burgueses protestaram violentamente contra essa decisão. A partir desse acontecimento, os seguidores da reforma Luterana passaram a ser chamados de Protestantes.
O conflito se prolongou até 1555, quando foi celebrada a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o direito de escolher a religião de seu principado.
Ainda em 1530, auxiliado pelo humanista Filipe Melanchthon, Lutero redigiu a Confissão de Augsburgo, que constituiu a doutrina da Igreja Luterana. Entre seus princípios estavam:
-          a teoria do sacerdócio universal, segundo a qual qualquer pessoa pode interpretar os textos sagrados e ser “sacerdote de si mesma”, sem necessidade de um representante para intermediar sua relação com Deus;
-          a tese da salvação pela fé, que rejeita a crença católica da salvação pelas obras, especialmente as “falsas boas obras”, pagas com dinheiro;
-          a abolição do celibato dos sacerdotes;
-          a eliminação dos sacramentos, isto é, das cerimônias de bênção aos fiéis, com exceção do batismo e da eucaristia;
-          a substituição do latim pela língua germânica nas cerimônias religiosas;
-          a rejeição da hierarquia do clero católico (padre, bispo, arcebispo, cardeal e papa).
Ao desenvolver seus próprios preceitos e criar uma nova prática, Lutero dividiu a cristandade, quebrando o monopólio da Igreja Católica.

1-      Fale sobre a venda das indulgência.
2-      Quem foi João Huss?
3-      Qual a diferença entre Huss e Lutero?
4-      Escolha um dos preceitos de Lutero e disserte sobre ele.
5-      Quais foram as conseqüências dos preceitos de Lutero?

Nenhum comentário:

Postar um comentário